domingo, 11 de dezembro de 2011

Rosa Branca - Um basta na violência contra a mulher



OBJETIVO GERAL DA AÇÃO: Desenvolver estudo sobre as ferramentas de segurança para a mulher no âmbito da violência física e psicológica praticada contra elas, especialmente as mulheres negras no estado do Espírito Santo.
Através do levantamento de dados referente ao histórico de agressões ocorridos no Espírito Santo contra as mulheres, além disso verificar as ações que são implantadas para coibir esse tipo de atitude bem como a questão social, o comportamento das pessoas no sentido de saber o que elas pensam a respeito da posição feminina no cenário familiar e social.

JUSTIFICATIVA: O número de casos de violência contra a mulher é preocupante e merece a devida atenção, apesar de grandes avanços como a criação da Lei Maria da Penha muito ainda precisa ser feito para coibir a ação violenta contra mulheres, violência esta que é feita pelos "companheiros", "chefes" e até mesmo pela sociedade através de um pensamento machista e violento que insiste perpetuar.
A violência social que é praticada contra as mulheres necessita ser evidenciada, uma vez que a mulher estando presa a posição de “doméstica” sem poder opinar e participar da sociedade também é uma grande agressão.

DESCRIÇÃO DA AÇÃO: realizar levantamento junto a sociedade local quanto a casos de violência contra a mulher (freqüência), delegacias de polícia e associações.

CRONOGRAMA:
Planejamento - 05/12 a 28/12/2011
Levantamento de dados com relação ao número de ocorrências de violência contra a mulher.
Execução – 02/01 a 17/02/2011
Nesta fase será realizada a consolidação das ações para proteção da mulher, a idéia é envolver os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) para que em conjunto com o grupo de estudo possa ser dado início à construção de um novo cenário.

POPULAÇÃO BENEFICIADA: Mulheres do Espírito Santo, especialmente as mulheres negras habitantes de comunidades quilombolas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Água para a vida

Sabemos que a água é um recurso natural imprescindível para a sobrevivência humana, sabemos que a cada dia esse recurso tem se tornado cada vez mais escasso em nosso meio, sendo assim é dever de todos cuidar desse "bem" tão precioso para que as futuras gerações não venham sofrer as consequências pela falta de responsabilidade da geração atual.

Tomando como base esse assunto vamos iniciar um estudo sobre a qualidade de vida das mulheres da comunidade de Retiro localizado em Santa Leopoldina no estado do Espírito Santo, nosso foco será a relação dessas mulheres com o meio ambiente em que vivem especialmente a sua relação com o Rio Mangaraí.
Qual é a importância do rio para a comunidade?
Quais as atividades que a comunidade realiza diariamente?
Qual a relação de poder nessa comunidade?
Existe uma preocupação por parte da comunidade na preservação do meio ambiente?

Em busca das respostas para essas perguntas faremos uma visita à comunidade, vamos coletar uma amostra do rio para verificar a qualidade da água e principalmente vamos verificar quais as condições de vida da comunidade especialmente das mulheres.

Objetivo geral da ação: Desenvolver estudo sobre a qualidade da água dos rios com a qualidade de vida das mulheres da comunidade quilombola de Retiro (Santa Leopoldina), foco de estudo no Rio Mangaraí (Afluente do Rio Santa Maria da Vitória).

Justificativa: A água é um recurso imprescindível para a qualidade de vida e sobrevivência da população, com o crescente desenvolvimento e a poluição este recurso tem se tornado cada vez mais escasso no mundo, portanto é importante saber a real situação dos recursos hídricos presentes em nosso meio.

Descrição da ação: monitorar a qualidade dos recursos hídricos existentes relacionando com a qualidade de vida das mulheres da comunidade quilombola de Retiro (Santa Leopoldina), foco de estudo no Rio Mangaraí.

Cronograma:

Planejamento - 1 mês
Execução - 3 meses

População beneficiada: habitantes da comunidade de Retiro (Santa Leopoldina/ES).


Clayton Marcos de Lima
Aluno do curso de Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça - Pólo de Santa Leopoldina

sábado, 30 de julho de 2011

Empresa tolera homofobia no local de trabalho e sofre condenação por dano moral

Podemos dizer que o Brasil de Norte a Sul, Lesta a Oeste ainda precisa avançar muito no que diz respeito à tolerância racial bem como à orientação sexual de cada pessoa, o caso abaixo ilustra como o conformismo com uma cultura de preconceito existente há séculos insiste em imperar na vida de toda uma sociedade que necessita acima de tudo de saber conviver como seres verdadeiramente racionais.

No processo, constatou que o empregador sabia da situação vexatória no ambiente de trabalho e mesmo assim a empresa não agiu com o rigor esperado para coibir tal tratamento no local de trabalho.

Por não repreender o empregado que chamava o colega de trabalho de “Seu peru”, em alusão a um personagem homossexual da televisão brasileira, a empresa de transporte coletivo Rio Madeira Ltda., foi condenada solidariamente pela 4ª Vara do Trabalho de Porto Velho ao pagamento de uma indenização por dano moral ao funcionário E.L.S.

A sentença foi confirmada pela 2ª Turma Recursal do TRT, que decidiu apenas reduzir de R$ 15 mil para R$ 5 mil o valor do dano moral.

No processo, constatou que o empregador sabia da situação vexatória e inconveniente pela qual estava passando o trabalhador (vítima) no ambiente de trabalho, em que outros empregados por saberem ou suporem da orientação sexual do colega, passaram a apelidá-lo de “Seu Peru”, e mesmo assim a empresa não agiu com o rigor esperado para coibir tal tratamento no local de trabalho.

O autor do processo ainda pode entrar com recurso.(Processo n. 000122-06.2011.5.14.0004).

ASSESSORIA TRT14

Fonte: http://www.tudorondonia.com/noticias/empresa-tolera-homofobia-no-local-de-trabalho-e-sofre-condenacao-por-dano-moral,22442.shtml

Pesquisa do IBGE mostra como cor da pele influencia a vida das pessoas

Cerca de 71% dos entrevistados acreditam que essa influência acontece principalmente no trabalho. Em seguida, citaram a relação justiça-polícia, o convívio social, a escola e as repartições públicas.

O IBGE entrevistou brasileiros para saber se eles acham que a cor da pele influencia a vida das pessoas. A conclusão da pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (22).

A pesquisa foi feita em 15 mil residências do Distrito Federal e de cinco estados, um de cada região e 96% dos entrevistados disseram saber qual é sua cor ou raça. Essa pergunta é feita a cada dez anos durante os censos, mas desta vez os funcionários do IBGE detalharam o assunto de uma forma inédita: levaram em conta como os brasileiros encaram essa questão.

O resultado dessa pesquisa pode ser visualizado na tabela abaixo (para visualizar em tamanho maior basta clicar sobre a tabela):


Os pesquisadores também perguntaram se a cor ou raça influencia na vida das pessoas. E 63,7% dos entrevistados disseram que sim.

“Na escola, onde tem pessoas, na sociedade, em todo lugar”, diz uma jovem. “Em todos os lugares na rua, na escola, no trabalho na balada, qualquer lugar”, destaca outra.

Cerca de 71% dos entrevistados acreditam que essa influência acontece principalmente no trabalho. Em seguida, citaram a relação justiça-polícia, o convívio social, a escola e as repartições públicas.

Quando perguntados sobre a sua cor ou raça, 65% usaram uma das cinco categorias de classificação do IBGE. Mas alguns criaram outras categorias, como morena clara, morena escura e negra.

“Muito bom que haja essa pesquisa. É um elemento esclarecedor da opinião pública. Acho que temos de ajudar a construir uma democracia também no plano da cor, da raça da etnia. Ou seja, da maneira como você queira falar”, explica o antropólogo João Baptista Borges Pereira.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/07/pesquisa-do-ibge

quinta-feira, 28 de julho de 2011

As diferentes formas de sistema político

Diante daquilo que foi exposto no conteúdo da unidade 1, mais especificamente no módulo 1 - Políticas públicas: conceitos, objetivos e práticas de participação social podemos através de alguns conceitos apresentar algumas formas de sistema político.

DEMOCRACIA


Regime político onde como o próprio nome diz o poder emana do povo sendo este poder exercido diretamente pelo povo ou através de seus representantes, dentro desse regime podemos citar a democracia republicana que é a predominante no Brasil onde todos são iguais podendo viver dentro daquilo que é o seu entendimento desde que isso não gere conflito com outras pessoas ou grupos.
O grande símbolo da democracia no país é o voto exercido pelo cidadão, onde naquele momento ele decido conjuntamente com o restante da sociedade quem será o seu representante para o exercício político na defesa dos seus direitos.

GOLPE


Quando ocorre a tomada de poder a força, ou seja, sem a vontade soberana mas de um grupo.
O golpe militar de 1964 no Brasil é um dos grandes exemplos dessa terrível forma de exercer o poder, na época o então presidente João Goulart eleito democraticamente foi destituído do poder pelos militares que ficaram no poder até 1985.

REVOLUÇÃO


Mudança radical no sistema político, essa mudança pode ocorrer de forma pacífica como pode ser feita através de guerras.









DITADURA




É o sistema política onde um governante ou grupo exerce o poder de maneira autocrática, sem nenhum tipo de controle externo, apenas de acordo com os seus interesses.
A ditadura militar no Brasil foi um exemplo desse tipo de sistema político onde conseguiu impôr cinco presidentes mantendo-se no poder durante vinte e um anos (1964-1985).

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mistura de raças do Brasil é catastrófica, escreveu atirador da Noruega

Texto publicado na internet liga mistura de raças a desigualdade social.

Brasil seria exemplo de 'alto nível de corrupção e falta de produtividade'.

A política de estabelecer uma mistura de raças europeias, asiáticas e africanas em países como o Brasil se provou "catastrófica" e resultou em altos níveis de corrupção, baixa produtividade e conflitos entre as diferentes culturas.

A teoria sobre o país está numa das páginas do manifesto atribuído a Andrew Behring Breivik, o norueguês de 32 anos que assumiu a autoria dos atentados que mataram ao menos 76 pessoas em Oslo, na última sexta (22).


Para o autor do documento, que tem ligações com a extrema-direita norueguesa, o "Brasil vem se estabelecendo como o segundo país do mundo com o menor nível de igualdade social". O texto não cita qual seria o primeiro.

"Os resultados são evidentes e se manifestam num alto nível de corrupção, falta de produtividade e um eterno conflito entre várias 'culturas' competindo, enquanto a miríade de 'sub-tribos' criadas (preto, mulato, mestiço, branco) paralisa qualquer esperança de sequer alcançar o mesmo nível de produtividade e igualdade de, por exemplo, Escandinávia, Alemanha, Coreia do Sul e Japão", diz o texto do terrorista de extrema-direita na página 1.153.

Observando a falta de igualdade social no Brasil e a média de produtividade do brasileiro, continua o texto, "é evidente que uma abordagem similar na Europa seria devastadora e um atraso para as nações (...)".

Intitulado "A European Delaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083), o manifesto, que leva a assinatura "Andrew Berwick" na capa, foi publicado na internet apenas horas antes do massacre no país. Com várias referências históricas, o manifesto inclui numerosos detalhes da personalidade do agressor, seu modus operandi para fabricar bombas e seu treinamento de tiro, além de um minucioso diário dos três meses que precederam o ataque.

As afirmações que relacionam raça e produtividades estão no trecho em que o autor trata das "razões por trás da oposição conservador à mistura de raças e adoção de não-europeus". Em outro trecho, na página 1.161, o texto volta a citar o Brasil como exemplo de desigualdade social.


"(...) Um país que tem culturas que competem entre si vai acabar se dividindo internamente ou, a longo prazo, vai terminar como um lugar permanentemente disfuncional como o Brasil e outros países semelhantes", diz. "Quando você acrescenta o Islã a esta mistura, o pior cenário muda de um país disfuncional para o fracasso total; a sharia [lei islâmica] e disputa entre povos".


Acidente em Goiânia

Há pelo menos 12 referências aos termos "Brasil" ou "brasileiro" no documento, nem todas com o mesmo teor. No trecho em que trata sobre a fabricação de bombas, o autor cita o acidente radioativo com o césio 137 em Goiânia, que deixou centenas de mortos em 1987. "Seja extremamente cuidadoso quando lidar com material radiológico", alerta na página 1.060.

Na página 1.287, o texto cita o Brasil em meio a países que se tornaram independentes com "golpes de estado sem sangue". "Em 1889, o Brasil se tornou uma república via um golpe de estado sem sangue." Em outra menção, o país está numa lista de nações que sofreram intervenções dos Estados Unidos. A anotação cita o ano de 1964 ao lado de "Acesso do comunismo a recursos e trabalhadores pobres".

Referência:http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/casos-de-racismo/racismo-no-mundo/10450

Desemprego entre negros, mulheres e jovens é duas vezes maior que a média

Por: Cristiane Bonfanti

A pernambucana Josefa Aparecida da Silva, 29 anos, tem se esforçado para não desanimar. Angustiada com as contas atrasadas, ela bate de porta em porta, há sete meses, em busca de um emprego. Mesmo com ensino médio completo e mais de 15 anos de vida profissional, na hora de disputar uma vaga, ela depara com a discriminação. Mulher e negra, já abriu mão de postos específicos e decidiu topar qualquer posição. Em vão. Josefa identifica na cor da pele o motivo do preconceito. "Em uma entrevista, éramos eu e duas mulheres brancas. Mesmo sem experiência, elas foram escolhidas", lamenta. Josefa é um dos retratos mais claros das desigualdades que persistem no mercado de trabalho brasileiro.


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, embora a taxa de desemprego tenha caído ao longo dos últimos nove anos e chegado a 6,2% em junho, a menor para o mês desde 2002, a desigualdade de oportunidades permanece. As mulheres encontram mais dificuldade em ocupar cargos e, quando conseguem, ficam geralmente em postos considerados inferiores. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego, o índice de desocupação é de 5% entre os homens, mas salta para 7,6% com as mulheres. O salário médio deles, de R$ 1.770,40, é 40,8% superior ao delas, de R$ 1.257,10.

Quando a análise inclui cor e sexo, a realidade ganha novos contornos. Entre os homens brancos, o índice de desocupação é de 4,4%, menor que a média nacional. Para as mulheres negras, ele mais do que dobra: salta para 9,2%. "Os empregadores falam que vão ligar, mas o telefone nunca toca. Até fico desanimada", desabafa Josefa. Para sustentar a casa, que divide com uma amiga, ela tem de fazer malabarismo. "Faço algumas diárias. Em média, tiro R$ 600. Só o aluguel é R$ 370." Segundo o economista José Márcio Camargo, da Opus Investimentos, o empregador tem a ideia de que, por ter jornada dupla, a mulher pode ser menos produtiva.

"No mundo inteiro, ela ainda desempenha uma série de atividades pelas quais o homem não é responsável. Quando há um problema em casa, são elas que resolvem. São elas que têm filhos e licença-maternidade", afirma Camargo. No que diz respeito à cor, ele observa que, por motivos históricos, o negro teve menos oportunidades educacionais no Brasil que o branco. "Quando um empresário contrata um negro, ele tem isso na cabeça. Não só para escolher o funcionário, mas para definir o salário que vai pagar", diz. "Essas diferenças são mazelas conhecidas e vêm desde a formação do país. É necessário mudar esse processo, mas isso leva tempo", avalia o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo.

Carteira assinada

De cor parda, Luciana dos Santos, 32 anos, faz parte desse grupo preterido no mercado de trabalho. Ela nunca teve a carteira assinada. Para pagar as contas, faz "bicos" como babá. "Adoro o que faço, mas queria ter mais segurança, fundo de garantia e aposentadoria", lamenta. Luciana observa que sempre há vagas para homens. "Para as mulheres, é mais difícil."

Quando viu a mãe em meio a uma crise renal, Raimunda de Jesus dos Anjos, 29 anos, saiu do emprego para pagar exames e comprar medicamentos com o dinheiro da rescisão contratual. Desde então, já deixou mais de 50 currículos e fez cinco entrevistas. Mas só recebeu respostas negativas. Na casa dela, a situação só se complica a cada dia: são dois salários mínimos para sustentar oito pessoas. "Fico muito agoniada ao ver a minha mãe doente e não ter recursos. Já precisei recorrer até a ajuda de amigas para comprar produtos de higiene", relata Raimunda, que se considera parda.

Negra, a empregada doméstica Rosa Marlene Santos, 51 anos, conta que já enfrentou momentos difíceis na profissão. "Comecei a trabalhar aos 12 anos de idade em casa de família. Já fui chamada de 'pretinha' e acusada de levar objetos das casas. Mas decidi levantar e cabeça e tentar de novo", afirma. Para Regina Madalozzo, economista do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), o preconceito é velado. "A maior parte do problema é sim relacionado à discriminação. Há vagas em setores aquecidos, como a manufatura e a construção civil, mas eles geralmente demandam mais homens", diz.

Gravidez atrapalha

Cansada da informalidade e de fazer "bicos" como faxineira, Maria de Fátima do Nascimento, 26 anos, sabe o que é passar dificuldade. Em 2009, ficou nove meses desempregada. Casada e com dois filhos, precisou contar com a ajuda financeira de amigos e morar de favor. Mas, em meio a uma realidade adversa, ela conseguiu vencer o preconceito. Para ter a carteira de trabalho assinada, arregaçou as mangas e topou um desafio: trabalhar na construção civil.

Há duas semanas, Maria de Fátima foi contratada em uma construtura como ajudante de servente. Única mulher numa equipe de 35 homens em uma obra em Samambaia, além de cuidar da limpeza, já aprendeu a fazer rejunte. Feliz com o que faz, ela é mimada pelos colegas. "É difícil conseguir emprego formal. Na construção, tive essa oportunidade", comemora ela, que tem o ensino médio completo.

Luciene Silva de Souza, 29 anos, só teve a carteira assinada por sete anos, ao longo de 14 de trabalho. Para não ficar sem dinheiro, topou fazer de tudo um pouco. "Fui babá, promotora de vendas, auxiliar de serviços gerais e atuei na produção de um frigorífico. Mas já senti a discriminação. Em seleções para empregos, percebi que as empresas preferem contratar homens. Elas se preocupam com o fato de podermos engravidar", diz. Luciene está satisfeita com a posição de vendedora em uma floricultura. "Meu contrato é regular. Mas, além de enfrentar o preconceito, o governo poderia oferecer mais capacitação", considera.

Referência:http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/nossas-lutas/mercado-de-trabalho

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Em entrevista, deputado Marcos Maia (PT-RS) fala sobre reforma política, aborto, casamento gay e maconha

Em entrevista a Veja em 12/07/2011, o presidente da Câmara também falou sobre temas como aborto, casamento gay e maconha.


Marcos Maia (PT-RS)


Apesar da complexidade do tema – e dos interesses divergentes em torno dele – o deputado Marco Maia (PT-RS) está otimista em relação à reforma política, discutida, atualmente na Câmara, presidida por ele, e no Senado. Espera que ela passe pelas duas Casas até o fim do ano. Maia admite que algumas mudanças, como as que tratam dos sistemas de votação, terão tramitação mais complexa – “mas não impossível”. Ele aposta na convergência e não na disputa entre Câmara e Senado. “Os partidos conversam e têm articulações políticas”.

Abaixo trechos da entrevista relacionadas com a reforma, aborto, casamento gay e maconha:

Qual o prazo para a aprovação da reforma política? Acho que dá para aprovarmos na Câmara e no Senado até o fim do ano.

O Supremo Tribunal Federal (STF) legislou no lugar do Congresso quando tratou da união civil gay? Toda vez que o STF é instigado, ele tem que tomar essa posição. Seria muito ruim se ele não o fizesse. O importante é que todos nós tenhamos a compreensão de que as decisões tomadas pelo STF são tomadas em relação a casos específicos, não vai além, como força de lei. Qualquer um que quiser se utilizar desta decisão terá que também instigar o STF. Então o STF não cria lei, não faz as leis. Mas há temas que, por falta de acordo, de consenso no Parlamento, acabam muitas vezes jogando essa decisão para o STF. É óbvio que, nesses casos, o STF, que é um colégio menor e tem um debate menos acalorado, menos ideológico, onde não há representação de setores da sociedade, tem condições de votar matérias dessa natureza.

Qual é a opinião do senhor sobre o casamento gay? Eu sou favorável à regulamentação deste tema. Mas acho que nós precisamos avançar muito no debate, com a Câmara e com a própria sociedade, para ter uma decisão mais equilibrada na Câmara. Mas é uma questão do direito individual das pessoas, que deveria ser tratada desta forma.

E a legalização da maconha? Sou contrário à legalização de qualquer tipo de droga. Não acho que isso contribuía para a resolução do problema. Nós precisamos ter políticas efetivas que evitem o tráfico, que esclareçam os jovens e a sociedade a respeito do impacto que as drogas têm na vida das pessoas. Mas não acho que a liberalização ou a regulamentação da maconha vá contribuir nesse sentido.

E a respeito do aborto? Nós temos que avançar para mudar a lei, para regulamentar o aborto. É óbvio que temos que fazer isso olhando para as especificidades de cada um dos casos, mas é uma matéria sobre a qual o partido tem opinião.

A de ampliar os casos em que o aborto é permitido? Isso.

Referência: http://www.abortoemdebate.com.br/wordpress/?tag=movimento-lgbt

Identificados dois suspeitos de agredir pai e filho confundidos com homossexuais

Um deles foi detido. É um serralheiro, de 25 anos, que confessou as agressões. Ele disse que estava bêbado, mas não explicou o motivo pelo qual agrediu a vítima.

Um pai e um filho foram agredidos, em uma feira de agropecuária de São João da Boa Vista, interior de São Paulo. O pai, que pediu para não ser identificado, disse que estava abraçado com o filho, quando um grupo se aproximou. "Passou um grupo lá e perguntou se nós éramos gays. Eu falei que não. Falei: como nós somos gay, que é pai e filho. Aí os caras ficaram bravos. Falou que não! Vocês são gays, são gays", relata o pai. O jovem ficou com hematomas e o pai perdeu parte da orelha.

Dois agressores foram identificados pela polícia. Um deles foi detido. É um serralheiro, de 25 anos, que confessou as agressões. Disse que estava bêbado, mas não explicou por que agrediu. Ele vai responder ao inquérito em liberdade.

Referência: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/07

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Brasileira eleita Miss Itália no Mundo é vítima de racismo em site nacionalista

Silvia Novais, de 24 anos, recebeu ofensas racistas em página na internet.
Moradora do interior de SP, ela avalia se fará queixa por injúria racial.
Kleber Tomaz
Do G1 SP
Silvia com o namorado Maurício
(Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)


A brasileira Silvia Novais, modelo de 24 anos, 1,77 m e 55 kg, eleita na semana retrasada Miss Itália no Mundo 2011, passou a sofrer ataques racistas de grupos de intolerância pela internet desde que venceu o concurso na Europa como a mais bela descendente de italianos. Seu bisavô materno nasceu em Florença, mas isso não impediu que ela escapasse do preconceito.

Logo após superar outras 39 candidatas na final, no dia 3 de julho, em Reggio Calabria, Sul da Itália, Silvia teve sua foto como miss reproduzida em um fórum de discussão de um site internacional de nacionalistas brancos, alguns adeptos de Adolf Hitler e contrários à escolha dela como miss. Abaixo da imagem da baiana com a coroa e a faixa, foram feitas diversas ofensas racistas. Num dos insultos, ela foi xingada em inglês de “negra nojenta”. Também há comentários em português e em italiano.

“A disgusting negra can't be italian, maybe she has an italian grandfather of grandfather of grandfather...”, escreveu um dos membros do site Stormfront.org, em um dos comentários do fórum ‘Brasileira vence concurso Miss Itália no Mundo 2011’, iniciado em 10 de julho. Numa tradução livre para o português, ele disse: “A negra nojenta não pode ser italiana, talvez ela tenha um avô italiano do avô do avô ...”

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de São Paulo, investiga o Stormfront (frente de tempestade) por suspeita de ser uma comunidade neonazista que recruta brasileiros. O grupo foi criado na internet nos Estados Unidos no início dos anos 1990 e já arregimentou muitos paulistas com o slogan “White Pride World Wide” (algo como Orgulho Branco ao Redor do Mundo). Segundo a polícia, para difundir a manutenção e expansão da raça branca, seus integrantes combinam ataques a negros, judeus, homossexuais, nordestinos e imigrantes ilegais.

O G1 não conseguiu localizar os responsáveis pelo Stormfront para comentar o assunto. No site, há citações e fotos de oficiais de Hitler, suásticas e símbolos nazistas. Também há um recado em inglês que informa os visitantes sobre o conteúdo que vão encontrar: "Somos uma comunidade de nacionalistas brancos. Há milhares de organizações que promovem os interesses, valores e patrimônio de não brancos. Promovemos o nosso. Você está convidado a navegar nos nossos 7 milhões de postos, mas você deve se registrar antes de postar em qualquer fórum, exceto aqueles designados como aberta a convidados”.

saiba mais

'A ficha ainda não caiu', diz brasileira eleita Miss Itália no Mundo'Me senti em casa', diz brasileira eleita Miss Itália no MundoNova Miss São Paulo diz que não se acha bonitaO Stormfront ainda informa que sua "missão é fornecer informações não disponíveis nos meios de comunicação controlados e construir uma comunidade de activistas Brancos, trabalhando para a sobrevivência de nosso povo".

Dentre as regras de postagem dos comentários no site estão: "Não use linguagem abusiva, vulgar ou desrespeitosa. Evite epítetos raciais. Não faça críticas pessoais a outros usuários que são cruéis, duras ou agressivas".

Apesar de também informar em seu site que a comunidade do Stormfront não é neonazista, racista, homofóbica e intolerante, policiais afirmam que isso é um argumento falso adotado pelo grupo para tentar se esquivar de eventuais investigações. Para todos os efeitos, os investigadores da Decradi consideram e tratam os membros do Stormfront como neonazistas. Apesar disso, ainda não foi possível identificar quem produz o conteúdo do site.

Miss
Procurada pelo G1 para comentar as mensagens racistas que sofreu na web por ter ganho o concurso de Miss Itália no Mundo, Silvia afirmou que ficou bastante triste com as ofensas. “Minha mãe é negra, mulata e meu pai é branco. Me considero negra e tenho orgulho da minha cor. Por esse motivo, não gostei dos comentários”, disse a miss, que mora com a família em Campinas, no interior de São Paulo.

O próximo passo da miss será estudar junto com seu advogado a possibilidade de registrar queixa crime de injúria racial contra quem a ofendeu no site. Injúria é atribuir a alguém fato negativo que ofenda sua honra, dignidade e decoro. A pena para esse tipo de crime pode resultar em prisão. Em alguns casos, as vítimas também pedem indenizações por danos morais em ações judiciais.

“A liberdade de expressão não pode ser usada para propagar racismo. Divulgar fotos minhas nesse site representa me eleger alvo do movimento neonazista”, disse Silvia.

A miss viu os xingamentos ao lado do namorado, Maurício Montrezol, empresário de 26 anos, que é branco. “É triste ver como existem pessoas assim em pleno século 21. O Brasil é um país miscigenado e é lindo ver a mistura de raças no mundo. Para que tanto ódio comigo? Eu não sei falar italiano, mas vou aprender. E só segui o que estava no regulamento do concurso. Eles aceitam representantes de descendentes da beleza italiana até a quinta geração. Meu avô materno era italiano.”

Site que se intitula nacionalista branco possui comentários racistas contra miss (Foto: Reprodução)


'Criada de Nero'
Em outro post do site Stormfront, um participante, que disse morar em São Paulo, chamou Silvia de “criada” de Nero (imperador romano, considerado tirano por alguns historiadores). “Isso é beleza italiana? Se fosse na Roma antiga, essa 'italianinha' seria uma criada de Nero!”, escreveu um integrante da comunidade.

"Era só o que faltava... Alguém está vendo alguma 'beleza italiana' nessa brasileira do dia a dia? A mulher que me atende na padaria da esquina da minha casa é mais bonita que a vencedora desse concurso... As pessoas em geral não têm mais o conceito de beleza, nem isso se tem mais! Estamos definitivamente perdidos ... O que deseja essa horda de escravos, de traidores, de reis conjurados?", disse outro integrante, responsável por criar o tópico de discussão sobre a vitória de Silvia no Miss Itália no Mundo.

Várias pessoas fizeram comentários ("Acho que isso que fizeram com ela se chama caridade!”; era só o que faltava: cotas para concurso de miss...; foram para a final uma negra, uma outra menina e uma prima minha (linda, loira de olhos verdes). Adivinhem quem levou o título de miss? A nega claro...")

A baiana mostra a bandeira do Brasil após vitória
em concurso na Itália (Foto: Divulgação)


Preconceito na carreira
Formada em educação física e trabalhando como modelo, Silvia disse que essa não é a primeira vez que é vítima de racismo. Apesar de ter disputado o Miss Itália no Mundo, ela conta que não sofreu preconceito no país europeu, mas sim no Brasil. Mas em nenhuma dessas vezes, ela quis registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil por injúria racial.

“Em 2009, quando fui escolhida Miss Campinas e depois Miss São Paulo sofri preconceito. Algumas pessoas que conheço também fizeram comentários racistas por causa da minha cor. Disseram que eu estava mais para empregada doméstica. Na plateia do Miss São Paulo, minha mãe também escutou insultos, como que a empregada dessas pessoas era mais bonita do que eu. E que era um absurdo uma negra ganhar. Mas por mais que eu tenha sofrido ao escutar essas coisas, fiquei na minha e venci”, disse Silvia, que é do casting da Agência de Modelos Monica Monteiro, e também já disputou o concurso de Miss Brasil.

Disposta a quebrar barreiras, a miss Itália no Mundo quer continuar a carreira de modelo, mas disse que é difícil encontrar trabalho em um mundo fashion que parece valorizar mais os brancos aos negros e mulatos. “Estive pensando nessa semana que a primeira miss Brasil negra foi a Deise Nunes em 1986. Num país cheio de tantas misturas e negras lindas é raro ver uma negra ganhar o Miss Brasil.”

Silvia conta que recebe o apoio do namorado para estudar italiano e superar o preconceito que sofre na profissão. “Ele [Maurício] me aceita como eu sou e me incentiva muito a superar esse racismo e o preconceito que existem no meu trabalho. Agora estou estudando italiano. E estou na luta. Vou vencer essa barreira do preconceito. Me considero negra, com o maior orgulho.”

Atores italianos participam de sessão de fotos com Silvia em Roma, em frente à Basílica de São Pedro (Foto: AP/Miss Italy in the World)

Referência:G1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/07

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Preconceito

"É difícil acreditar
Que até hoje preconceitos
Vão lhe saciar.
Momentos que vivemos
E num estralar
Como perfume a se evaporar.
Que a juventude que em mim se notava, não mais habita
E nela o arrependimento tardio.
Agora com certo receio em seu peito,
Vamos tentar.
O medo é estranho e instigante
Como numa noite de inverno
Acabam numa noite alucinante.
O sol as caras vai dando,
Em nossas caras
Uma outra vai brotando
N um dia de sol escaldante
Em nosso céu
Uma neblina quente
Envolve o nosso dia,
Como no conforto de uma estadia.
Tecnologias transformam
Nossos pensamentos,
Sentimentos e consentimentos
Em apenas acontecimentos.
Preconceito vivemos
Mas meu caro amigo
As vezes não vemos
E muitas das vezes
Não compreendemos
E sem querer cometemos."

William Baptistella